Tipografia: significado e evolução

"Uma palavra não é um cristal transparente e inalterável; é a pele de um pensamento vivo e pode alterar enormemente com a sua cor e conteúdo de acordo com as circunstâncias o momento em que se use"
Oliver Wendell Holmes
As palavras compõem a linguagem verbal, algo exclusivo do ser humano. A pele às riscas de uma abelha ou de uma serpente advertem do perigo: são sinais gráficos capazes de transmitir mensagens mais ou menos básicos. Mas a flexibilidade dos sistemas gráficos está limitada ao número de signos disponíveis. As mensagens que se trocam dentro e entre sociedades podem ser muito complexas e, portanto, requerem meios mais sofisticados: palavras faladas e escritas.

Pode entender-se como tipografia a interpretação desta linguagem verbal. A mesma é formada por palavras e letras, cuja combinação permite criar uma infinidade de significados e pode ser entendida como uma das grandes causas para a evolução das civilizações.
Sem palavras, a comunicação num mundo civilizado seria bastante difícil de organizar. Na Antiguidade clássica e durante a Idade Média, só as classes dominantes detinham o privilégio de aprender a ler e a escrever.
Porém, com a invenção da prensa, por parte de Johannes Gutenberg no século XVI, o texto começa a substituir as imagens, o meio mais  utilizado para transmitir sobretudo ideias religiosas e/ou políticas. Desta forma, infere-se que esta evolução da linguagem acompanha a evolução do Homem enquanto ser vivo e ser social.

A comunicação nas primeiras sociedades

A tipografia no mundo de hoje
No mundo em que se vive, todo o processo de substituição referido anteriormente parece inverter-se. Com o surgimento das novas tecnologias e o quase desaparecimento da "distância-tempo" , a informação tornou-se tão acessível que o ser humano quase que se esforça para estar totalmente atualizado em relação aos dados a que se encontra exposto diariamente. A troca de informação que antigamente permitiu melhorar a interação social apreende-se hoje como um fardo e a crescente sobrecarga informativa tem vindo a mudar o uso da linguagem.
Com a falta de tempo para ler, recorre-se às imagens como elemento substituto das palavras. Tomemos como exemplo um sinal de trânsito - um simples círculo vermelho com uma barra horizontal branca transmite a ideia de proibição.

Sinal de trânsito
Um texto exige leitura e a leitura é considerada uma atividade analítica que leva o seu tempo. Contudo, interpretar uma imagem pode ser também complexo. As mesmas estão sempre sujeitas à interpretação  e à experiência social e humana do indivíduo. Quanto maior a sua complexidade, maior a abrangência de significados, daí a constante fusão de imagens e palavras a que assistimos, nomeadamente na poesia visual.

Pêndulo, de E.M. Castro
Bibliografia consultada
Hillner, Matthias, Bases de la tipografía virtual, 2010, AVA Publishing SA
Blacwell, Lewis, Tipografía del siglo XX,2004, Editorial Gustavo Gili
Crato, Nuno, Comunicação Social: A Imprensa, 1992, Editorial Presença

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